crítica
Braulio Tavares O CD duplo “Paisagem de Interior” de Jessier Quirino (Edições Bagaço) traz uma interessante lição de cinema que eu considero muito próxima dos ensinamentos de Alfred Hitchcock e Federico Fellini. No disco 1, a faixa “Matuto no Cinema” reproduz o relato de um matuto que vai à capital e assiste um filme legendado. Ele conta como o Bandido pegou o Artista, amarrou ele todinho com embira americana, não tinha quem soltasse, aí esfregou o dedo na cara do Artista e disse: “Não-sei-que-lá, não-sei-que-lá, não-sei-que-lá, seu feladaputa!…” Aí tu pensa que o Artista ficou com medo? Ficou nada!… Ele […]
Waldemar Solha Aqui na Paraíba há dois cabras que não hesito em chamar de gênios: Oliveira de Panelas – pelo vozeirão e o improviso, mais Jessier Quirino – de que falo agora – pelo verso escrito, verve em palco… e riso. Daí o enorme sucesso dos shows desse filho de Campina Grande, radicado em Itabaiana – e de seus livros casados com CDs, permitindo-nos mandar para amigos e parentes distantes amostras vivas de sua versatilidade, com direito a replays de seu talento histriônico, além de leituras e releituras de suas estrofes magistrais. Claro que vê-lo é ainda mais incrível, […]
Jessier está ampliando o seu raio de ação, que começou nos livros e passou aos recitais (ou terá sido o contrário?) e agora já chega à gravação de CDs e à realização de shows em que música e poesia se misturam. Na tradição de Zé da Luz, Catulo da Paixão Cearense, José Laurentino, Chico Pedrosa, Jessier é o grande poeta regional de sua geração (que é a mesma minha), e tem trazido para este estilo de poesia uma contribuição própria, um modo de escrever próprio, que é o que distingue os grandes poetas. Eles não apenas assimilam tudo que foi […]
Ricardo Anísio Como definir um artista popular do Nordeste? Isso é simples. Define-se como Jessier Quirino, ímpar. Um homem culto, um pesquisador atento. Um poeta contador de causos que fez com que o Brasil revisse seus mestres. Mestres como Zé da Luz, uma das fontes nas quais bebeu. Jessier fez Jô Soares se curvar. Elevou o nome do Nordeste sem precisar falar de sêca, de pobreza. Falou sim, do bravo homem do campo, cheio de sabedoria, prenhe de poesia. Jessier consegue fazer com que um analfabeto conte a história de um filme sem legenda. Ou seja, tira leite de pedra. Seus […]
Ricardo Anísio Quem perdeu as duas apresentações do poeta-compositor Jessier Quirino no Teatro Santa Roza, deve sossegar um pouco. Este gênio que é responsável pelo redimensionamento da poesia popular (Oliveira de Panelas é outro que contribuiu muito) no sentido de resgatá-la dos guetos e projetá-la aos espaços nobres, vai dar-lhes nova chance. Ele volta com o show “Bandeira Nordestina” (título do seu novo livro, com CD encartado) dia 13 de julho, no Teatro Ariano Suassuna (do colégio Marista Pio X), em Tambiá. É bom lembrar que é uma apresentação para apenas 300 privilegiados, o que permite a capacidade da casa […]
Jessier, meu camarada, mestre mais novo que eu! Há quatro ou cinco minutos alguém na porta bateu e o porteiro Severino (que eu maldo que é nordestino) um envelope me deu. Conheci, logo de cara, sua letra de arquiteto: o que é redondo é redondo, curvo é curvo, e reto é reto! Até mesmo seu autógrafo parece feito a normógrafo embelezando o projeto. Rasguei depressa o invólucro, vi o livro e o CD! “Nos trinques”, “fiche”, conforme tudo que vem de você. E atingindo dois mercados: os cultos e os iletrados, o que só ouve e o que […]
Gilberto Braga de Mello A Edições Bagaço me encomenda breve apresentação de Bandeira Nordestina, mas a verdade é que não preciso fazer muito esforço pra vender o peixe de Jessier: se o leitor procura entretenimento, diversão, um deforete dos assuntos carregados — não pode comprar livro melhor. Com sua poesia proseada e com sua prosa versejada, o Quirino de Itabaiana desafia até mau humor de delegado municipal. Ninguém ouve ou lê a poesia e o proseado de Jessier Quirino sem rir, sem se divertir, sem gozar e aprender coisas boas da vida, do lugar e do povo do Nordeste. […]
TEXTO RETIRADO DO PORTAL igler Tatiana Carlotti (igler@ig.com) Prosa Morena Jessier Quirino Editora Bagaço “Empurra a cancela, Zé, abre o curral da verdade, pra mostrar pra mocidade, como é que vive um Zé…” (p.15) Empurrar essa cancela significa beber no rico universo da poesia nordestina. Entrar em suas casas, ouvir a sua gente, temer e admirar a sua natureza, mas, sobretudo, encontrar uma rica poesia, muitas vezes ignorada e invalidada à custa da ignorância cultural que ainda hoje se perpetua no nosso país. No entanto, depois de aberta, é impossível fechar essa cancela e esquecer a riqueza da linguagem e da […]
FERNANDO ANTÔNIO GONÇALVES Outro dia, num aeroporto sulista, adquiri um livro com o título acima. A viagem acabou, atividades diferenciadas foram iniciadas e o conteúdo do livro não me saiu mais da cabeça, tantas as cócegas desenvolvidas nos meus interiores de nordestino. Seu autor, Jessier Quirino, se declara arquiteto por profissão, poeta por vocação e matuto por convicção. De Campina Grande por nascimento, alojou-se com seus teréns e neurônios em Itabaiana, onde vive sem medo de ser afoito. Uma afoiteza que lhe possibilita “evangelizar” os abestalhados de sempre, a grande maioria metida a urbanita, sem compreensão devida da sabedoria dos […]
“Jessier Quirino é um artista absurdamente talentoso, um poeta popular da mais expressiva sensibilidade e de verbo fluente. Um recitador que tem um curioso tempero para as palavras. Gosto de vê-lo solto nos versos, exercitando suas virtudes e sua fértil imaginação.” Sivuca J.Pessoa, 15 de agosto de 2006